Passou por mim duas vezes. Na terceira, parou e insistiu para que eu comprasse uma. R$ 100,00. Não queria. Mas diga seu preço. Não quero, meu velho. Bote preço então. Quero não, obrigado, já tenho uma filé em casa.
Percebi que num era do Maranhão. Era de Janduis, RN. Eita piula, lá de nós falei, pois Rio Grande do Norte é coladinho a minha Paraíba. Mostrou a identidade. Ofereci-lhe cigarro. Aceitou. Cerveja? Vou aceitar, também.
Sentou-se e começamos a conversar. Vendia redes em praticamente todas as praias de São Luís. Gostava mais da Litorânea. Conhecia um bacana de um renomado restaurante de lá. Era do Rio Grande do Norte também. Comia e bebia de graça lá quando quisesse. Se eu quisesse podia ir lá. Diga que é da parte de Sapatim. Todos me conhecem.
Estava esperando o motorista que dirigia para ele. Tinha uma caminhonete semi-nova. Não dirigia. Tinha tentado três vezes os testes. Ficou reprovado em todos. No último, disse que tinha estudado muito. Entregou a prova em 20 minutos. Ele dispunha de 2 horas para fazê-la. Deu um branco, falou. Mas se Deus quiser, próximo ano consegue.
Viu as manchas em meu corpo. Sua avó era índia. Passe a carne do côco junto com a água dele no liquidificador e aplique no corpo. Espere uns 4 minutos. Deu-me um pedaço de tecido embebido num perfume, também dado por sua avó. Era para eu colocar dentro da carteira. Nunca faltaria dinheiro.
Sua esposa o esperava em sua terra. Tinha uma filha pequena. Há 5 meses não as via. Falou que tudo que tinha agradecia a Deus. Saúde é o que importa. Citou versículos da Bíblia. Estavam corretos, segundo meu amigo. Elogiou minha simplicidade e me deu seu número do celular. Por fim, deu-me seus óculos de sol com pernas revestidas de couro legítimo, segundo ele. Já estava meio bêbado. Levantou-se, despediu-se e partiu.
Fiquei pensando naquele simples encontro. Uma conversa simples com uma pessoa simples. Mas com muitas histórias interessantes. Sabia que nunca mais o veria.
Tantas pessoas passam despercebidas por nós. Perdemos de conhecer tantas histórias. Tantos ensinamentos. Isolamos-nos em nossas vidinhas e ambições. Perdemos tempo em frente do computador ou de uma televisão. Deixamos de nos deliciarmos com as narrativas divertidas e exageradas de vendedores ambulantes, feirantes, engraxates, etc.
Aquele homem não conseguiu me vender suas redes, mas me passou gratuitamente uma paz profunda e revigorante, fazendo-me sonhar e refletir sobre mim mesmo.
//Ádney ( Nego)//
Percebi que num era do Maranhão. Era de Janduis, RN. Eita piula, lá de nós falei, pois Rio Grande do Norte é coladinho a minha Paraíba. Mostrou a identidade. Ofereci-lhe cigarro. Aceitou. Cerveja? Vou aceitar, também.
Sentou-se e começamos a conversar. Vendia redes em praticamente todas as praias de São Luís. Gostava mais da Litorânea. Conhecia um bacana de um renomado restaurante de lá. Era do Rio Grande do Norte também. Comia e bebia de graça lá quando quisesse. Se eu quisesse podia ir lá. Diga que é da parte de Sapatim. Todos me conhecem.
Estava esperando o motorista que dirigia para ele. Tinha uma caminhonete semi-nova. Não dirigia. Tinha tentado três vezes os testes. Ficou reprovado em todos. No último, disse que tinha estudado muito. Entregou a prova em 20 minutos. Ele dispunha de 2 horas para fazê-la. Deu um branco, falou. Mas se Deus quiser, próximo ano consegue.
Viu as manchas em meu corpo. Sua avó era índia. Passe a carne do côco junto com a água dele no liquidificador e aplique no corpo. Espere uns 4 minutos. Deu-me um pedaço de tecido embebido num perfume, também dado por sua avó. Era para eu colocar dentro da carteira. Nunca faltaria dinheiro.
Sua esposa o esperava em sua terra. Tinha uma filha pequena. Há 5 meses não as via. Falou que tudo que tinha agradecia a Deus. Saúde é o que importa. Citou versículos da Bíblia. Estavam corretos, segundo meu amigo. Elogiou minha simplicidade e me deu seu número do celular. Por fim, deu-me seus óculos de sol com pernas revestidas de couro legítimo, segundo ele. Já estava meio bêbado. Levantou-se, despediu-se e partiu.
Fiquei pensando naquele simples encontro. Uma conversa simples com uma pessoa simples. Mas com muitas histórias interessantes. Sabia que nunca mais o veria.
Tantas pessoas passam despercebidas por nós. Perdemos de conhecer tantas histórias. Tantos ensinamentos. Isolamos-nos em nossas vidinhas e ambições. Perdemos tempo em frente do computador ou de uma televisão. Deixamos de nos deliciarmos com as narrativas divertidas e exageradas de vendedores ambulantes, feirantes, engraxates, etc.
Aquele homem não conseguiu me vender suas redes, mas me passou gratuitamente uma paz profunda e revigorante, fazendo-me sonhar e refletir sobre mim mesmo.
//Ádney ( Nego)//
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