segunda-feira, 23 de maio de 2011

Poesia de João Adriano Silva

ESTAR

Preciso morrer para estar vivo,
Para estar presente,
Para transcender um corpo,
Um corpo líquido que não me pertence.

Um estar proposto
Codificado por uma essência,
Que me realiza no espaço
E me diz bem sonoro: - Vivo!

Do meu propósito imaginário,
Que arrebata ao céu do inferno,
Que regula a minha vontade
Na amplidão da minha pele.

Se morto vivo para a eternidade,
Que meu corpo, refúgio de minha alma,
Grita pelos becos da insanidade,
E me explode, me perturba, me explora.

Sigo o desejo...
Me interrompo.
Me castigo.
Simplesmente vivo, ainda que morto!

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