Agora é sério. Todo mundo já deu “reset” na própria vida. E começa a contar, a partir de hoje, a primeira segunda-feira do ano, novamente do zero. Com novas ou velhas promessas renovadas, o 2012 de cada um deu a partida. Sigamos em frente com ele.
Ao blog, que refletiu em silêncio durante a rápida transição temporal, resta renovar o compromisso de trazer a cobertura e a análise dos fatos políticos da Paraíba e do Brasil diariamente, tentando sempre levar pra muitos o que poucos estão sabendo.
Pra começar, uma espécie de cardápio do que nos foi servido em 2011 e o que está em
cozimento para 2012, um ano de eleições pra prefeito e vereador, pelo qual a esperança de 223 municípios da Paraíba será testada novamente.
É inegável que terminou o ano desagradando a muitos. Que foi um governante duro. Nas ações e nas palavras. Disso ninguém duvida. A diferença está na compreensão de cada um. Há quem considere que ele “foi duro” porque a Paraíba precisava e há os que consideram que ele “foi duro” sem necessidade. Será a partir de 2012 que Ricardo deverá mostrar qual dos dois grupos está certo.
Luciano Agra
Tem uma gestão em franca expansão, precisando aprimorar alguns mecanismos, uma vez que algumas repostas administrativas anda mais lentas do que outrora. Mesmo assim, possui uma resposta positiva na maioria das áreas. Às vésperas de ser testado nas urnas pela primeira vez, entra em 2012 com o desafio de dizer – e comprovar - que tudo que acontece de bom em João Pessoa é por sua responsabilidade.Veneziano Vital do Rego
Sai de 2011 se livrando do pior dos pesos: o da cassação de mandato. É certo que ainda carrega resquícios de problemas eleitorais para 2012, mas com muito mais segurança que antes. Sofre em Campina Grande com o que qualquer outro gestor sofreria. Os que o admiram dizem que ele faz muito
pela cidade. Os que o odeiam dizem que ele não fez nada por Campina. Ambos estão certos, na medida do possível. É um dos poucos que entra em 2012 de olho em 2014. Portanto, com o desafio de manter um “reinado” que o ajudará para o futuro. O que o obriga a acertar na escolha do seu sucessor. E sofrer o que Cássio sofreu em 2004 e 2008: tentar eleger alguém em Campina que não seja ele mesmo.
pela cidade. Os que o odeiam dizem que ele não fez nada por Campina. Ambos estão certos, na medida do possível. É um dos poucos que entra em 2012 de olho em 2014. Portanto, com o desafio de manter um “reinado” que o ajudará para o futuro. O que o obriga a acertar na escolha do seu sucessor. E sofrer o que Cássio sofreu em 2004 e 2008: tentar eleger alguém em Campina que não seja ele mesmo. Foi de longe o político paraibano que mais cresceu em 2011. Eleito senador semproblemas jurídicos, ficou com o caminho livre em Brasília. Ocupou cargos de destaque, manteve relações presidenciais, peitou ministros, avançou tanto que entra 2012 cotado até a presidente do Senado. Já tem tamanho pra, nacionalmente, garantir pra si e para os seus o controle do PMDB da Paraíba. Ainda não agiu por esse caminho porque não quis. Só pecou quando quis ser oposicionista barato na Paraíba, em razão dos dois discursos. É melhor como aliado de Dilma do que como opositor a Ricardo.
Cícero Lucena
Quando assumiu a primeira-secretaria do Senado, pela qual é responsável por orçamento gigante, diziam que teria problemas com a imprensa nacional. Desacreditou tais especulações. Passou ileso em 2011 no que diz respeito ao cargo, mas não conseguiu se livrar de fantasmas passados. Entra em 2012 réu em ação penal no Supremo Tribunal Federal por causa da Operação Confraria. Mesmo assim, se apresenta como um dos melhores nomes da oposição na eleição pra prefeito da Capital. Crescerá apenas na medida em que Luciano Agra se atrapalhar.Principal figura política da Paraíba, sofria desde 2009 com o complexo de ser líder sem mandato. Totalmente curado, ressuscitou em carne e osso em 2011, ao ter o mandato de Senador da República assegurado e, com ele, o fim da via crucis jurídica. Seu maior desafio agora, por incrível que pareça, é de ordem política. Oposição ao governo federal, tem dificuldades em exercer um mandato que a Paraíba espera. Substitui uma figura como Wilson Santiago, que entrava e saia dos ministérios como quem freqüenta um shopping center, disposto a comprar. Terá que usar de sua criatividade, experiência e competência pra se superar. Tem papel preponderante nas eleições municipais de 2012. E mais um dilema político: ser Cícero Lucena ou não ser, eis a questão.
Tem dificuldades em deixar o gosto do poder. Impressiona pelo vigor físico, apesar da idade avançada, mas sabe que, em matéria de política, vive do que já foi e não do que é. Deve manter a tese de candidato a prefeito de João Pessoa para manter-se à frente do debate político do PMDB o quanto puder. Mas ninguém sabe ao certo se colocará seu nome num santinho nas eleições de 2012. Entra em 2012 com um dos maiores desafios de sua vida: manter o controle, sem ter caneta, de uma legenda repleta de lideranças com mandato. E insatisfeitos.
Bancada da Paraíba na Câmara Federal
Continua devendo em quesito de unidade. Só sabe se juntar quando da elaboração do Orçamento da União. Pelo menos isso. Mas na hora de anunciar o recurso é um tal de “fui eu, fui eu” que depõe contra qualquer ação conjunta. Não tem reunião pra desentravar a verba presa. De toda forma, é possível destacar os esforços individuais dos deputados como Damião Feliciano (PDT), Aguinaldo Ribeiro (PP), Manoel Júnior (PMDB) e Luiz Couto (PT). Destaque para a ação do deputado Ruy Carneiro (PSDB) na defesa da lei que prevê mais rigor pra o motorista embriagado e do deputado Efraim Filho (DEM), de posições sempre firme contra eventuais abusos do governo Dilma, e Romero Rodrigues (PSDB) pela produtividade. Os jovens novatos Hugo Wanderley, que entrou na luta pela universidade do Sertão, e Wilson Filho, na luta contra as drogas, estão no caminho certo. Ao menos não foram pegos bêbados em blitzen. A deputada Nilda Gondim (PMDB) deixou a desejar e o deputado Wellington Roberto (PR) está cada vez mais sumido. Da mídia. E do plenário.
Deputados estaduais
Começaram muito bem o ano de 2011, aprovando, inclusive como apoio da oposição, leis de extremo apelo social, como a que instituiu o Paraíba Integrada (meia passagem no segundo trajeto das viagens intermunicipais) e a gratuidade para o portador de câncer. Sob o comando de Ricardo Marcelo, presidente da Casa e um espécie de “pai” para os parlamentares, conseguiram aprovar leis que foram sancionadas pelo governador Ricardo Coutinho. Entre elas, a que obriga a bancos disponibilizarem banheiros para os usuários, de autoria de Gervásio Maia, e a que proíbe que hospitais na Paraíba cobrem cauções para internações de emergência, de Caio Roberto. Aliás, os oposicionistas servem melhor à Paraíba com propostas como estas. Perder tempo com CPIs com a do Outdoor foi a grande mancada do ano. Entre os novatos, politicamente, destaques para Adriano Galdino, Anísio Maia e Janduy Carneiro. Bem ou mal, estes deputados tiveram espaços regulares na mídia. Parte da decepção fica por conta do deputado Toinho do Sopão. Eleito o mais votado, passou o ano inteiro de 2011 produzindo fatos contra si. É hoje um dos candidatos a prefeito com maior índice de rejeição de João Pessoa. No fundo, tem boa intenção. Só exagera no tempero.
Três desejos
O blog, por fim, tem três grandes desejos pra 2012:
1 – Que o Brasil possa, de fato, tornar eficaz e eficiente lei que pune o motorista embriagado. Para evitar as 40 mil mortes anuais no trânsito, esse é um dos maiores desejos para 2012: a aprovação e sanção de lei que coloque na cadeia que for “flagrado” dirigindo bêbado;
2 – Que os estabelecimentos de saúde pública na Paraíba possam melhorar ao ponto de atenuar o sofrimento de quem se vê doente e necessitando de atendimento médico e hospitalar. Estar doente já é humilhante por natureza;
3 – Que os candidatos a prefeito na Paraíba mintam menos este ano. E façam mais no próximo.
A todos, um Feliz 2012.
Luís Tôrres





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