Em pronunciamento na Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta terça-feira, 26, o deputado federal Luiz Couto (PT-PB) manifestou sua solidariedade ao professor universitário e jornalista Lúcio Vilar, que foi alvo de censura praticada pelo jornal Correio da Paraíba, empresa da qual era colunista nos últimos 15 anos.
Lúcio escreveu um artigo para sua coluna Caleidoscópio Midiático e recebeu um e-mail da chefia informando que o texto não poderia ser publicado. A justificativa que a empresa deu foi de que naquele espaço não poderia haver conteúdo de cunho político e que o jornalista deveria se restringir a abordagens culturais.
"Lúcio Vilar tem grande experiência no jornalismo e um cabedal de sagacidade e conhecimento suficiente para identificar um ato de censura quando se vê diante dele.
Ele escreveu uma resposta à altura à chefia e disse: Não sejamos ingênuos; esse comunicado tem outro nome: censura.
Até porque não recebi nenhuma orientação anterior da Editoria Geral de que não poderia falar de política.
Aliás, conceber jornalismo cultural dissociado da política é um equívoco completo, sem falar do fato de que uma coluna é sempre a expressão última da opinião do colunista", destacou Luiz Couto.
O parlamentar salientou que o texto alvo de censura pelo Correio da Paraíba analisava a cobertura da imprensa internacional ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e tecia críticas à parcialidade da mídia brasileira em relação ao Golpe.
Couto prestou sua solidariedade a Lúcio e a todos os jornalistas brasileiros. "Desejo que este episódio, que nunca deveria ter acontecido, seja apenas um caso isolado.
Lutamos muito pela liberdade e pela democracia e não podemos nos curvar diante da arbitrariedade de empresários que querem usar a força do capital para impor aos trabalhadores sua linha de pensamento.
Chega de autoritarismo! Censura nunca mais! Força ao professor Lúcio Vilar e à imprensa livre da Paraíba e do Brasil", afirmou o deputado, que aproveitou para registrar também um outro dado preocupante: O Brasil caiu cinco posições no ranking da liberdade de imprensa e passa a ocupar o 104º lugar na classificação mundial divulgada anualmente pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que é uma ONG com atuação internacional em favor da liberdade de informação sediada em Paris.
Apenas em 2015, foram contabilizados os assassinatos de sete jornalistas no Brasil, com relação direta com seu trabalho.
Ascom do Dep. Luiz Couto
Nenhum comentário:
Postar um comentário