segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Especialista paraibana afirma que pressa prejudica a consulta e a relação com paciente

O tempo sugerido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a duração de uma consulta médica é de 15 minutos. Durante o período da consulta, o médico precisa conhecer o paciente, o seu histórico e sintomas para, então, tentar chegar a um diagnóstico mais preciso. Para a gastrohepatologista e professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Maria de Fátima Duques, o tempo sugerido pela OMS, quando bem aproveitado e utilizado com objetividade e atenção, é o suficiente para a realização de uma boa consulta. “É preciso que haja uma pontuação do profissional, pois sem ela, a consulta pode virar uma conversa à deriva, onde por mais tempo que se tenha, não há um bom resultado”, comentou.

Os casos de atendimentos rápidos e que terminam com um diagnóstico de virose ou um encaminhamento de exames é cada vez mais frequente. Na opinião de Fátima Duques, esse comportamento prejudica as consultas e pode comprometer a relação entre médico e paciente. ”Isso pode relegar o elo médico-paciente a um plano inferior e trazer prejuízo ao exercício da medicina”, enfatizou. O motivo principal, na opinião da médica, é a baixa remuneração nas consultas.


“A pressa também parece dever-se às múltiplas atividades que o médico tem de exercer para conseguir uma remuneração digna”. Ela explica que o médico clínico tem uma das piores remunerações quando comparado às especialidades diagnósticas ou cirúrgicas.

Para Fátima Duques, a mudança não depende apenas do médico individualmente. Ela enfatiza que os sistemas e as políticas de saúde também precisam mudar para que essa situação melhore. “Com isso, a pressa com certeza diminuirá e todos se beneficiarão, sobretudo o paciente, que sem dúvida necessita de atenção e cuidado, especialmente quando fragilizado pela doença”.

PBAgora

Nenhum comentário:

Postar um comentário