segunda-feira, 10 de julho de 2017

Indústria de carne pede mudança na composição da vacina contra febre aftosa

BRASÍLIA — As principais entidades que representam produtores de carne bovina e exportadores do produto no país pediram, nesta segunda-feira, uma mudança “imediata” na composição química da vacina contra febre aftosa, aplicada em todo o rebanho brasileiro. Em nota técnica, as associações apontam uma substância que compõem a vacina como responsável pela formação de inflamações na carne.

A presença dos abscessos na carne vendida aos Estados Unidos levou o país a suspender as importações da carne bovina in natura do Brasil, em junho. Outros países, como o Chile, também já reclamaram das inflamações encontradas na carne brasileira in natura. O Ministério da Agricultura também já determinou investigação na vacina, para obter detalhes sobre as causas das inflamações.

Abcesso é um acúmulo de pus ou material inflamatório que se forma no interior das carnes. Quando essa inflamação é percebida antes da venda, a parte da carne com inflamação é descartada. 



Na nota técnica, as entidades pedem a retirada de uma substância denominada saponina, que foi adicionada na composição da vacina. As associações sustentam que a saponina não estava prevista na formulação original da vacina e que essa substância está “relacionada à exacerbada irritação no local da aplicação, que se agrava até casos de edema e severa reação inflamatória, com consequente ocorrência de abscessos”. 

Além da retirada da saponina, as entidades pedem a redução do volume da dose — de 5 ml para 2 ml —, e a aplicação exclusivamente por via subcutânea para evitar “prejuízos desde o descarte de carne (condenadas no abate) até embargos de importantes países importadores de produtos cárneos”.

Segundo a nota, o produtor perde, em média, 2 Kg de carne por animal abatido, quando as lesões provocadas pela vacinação são encontradas.

A nota técnica assinada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec); Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafigo); Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat); Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC); e Sociedade Rural Brasileira (SRB).

O globo

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