quarta-feira, 2 de maio de 2018

Moradores do prédio que desabou em SP dormem na rua e sofrem com frio, fome e furtos

Moradores do prédio que pegou fogo e desabou no no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, dormiram na rua na madrugada desta quarta-feira (2) e enfrentaram frio, fome e furtos. Alguns se recusaram a ir a abrigos porque dizem que não são moradores de rua e querem uma moradia fixa.

O prédio era ocupado por 372 pessoas, de 146 famílias, segundo a prefeitura. Ao todo, 320 pessoas foram cadastradas como desabrigadas após o incêndio e 40 delas buscaram atendimento na assistência social. Quarenta e quatro pessoas ainda não foram localizadas – não se sabe se elas estavam no local do acidente. Apenas um homem é considerado desaparecido. Os bombeiros tentavam resgatá-lo quando o imóvel ruiu.

Segundo a Cruz Vermelha, cinco toneladas de doações foram arrecadadas. Os itens já são suficientes para atender as famílias, diz a entidade, e o excedente irá para outras ações assistenciais.

“Furtaram meus sapatos e minha bolsa”, disse Rilthon Kelce Maia Brandão, de 53 anos, morador do "prédio de vidro", como a edificação ocupada irregularmente era chamada.

O cearense que deixou a cidade Russas há cinco meses para "tentar melhorar a vida" na capital teve calçados e roupas levados enquanto dormia ao relento.

Acordado pelo barulho da porta de ferro da padaria próxima, ele se levantou enrolado em uma coberta que recebeu de doação. Agora, sem moradia, pede ajuda a uma tia em Fortaleza para voltar ao estado onde nasceu.

Vestido com a camisa do São Paulo e cobertas, José Carlos de Jesus, 30, se alimentou com maçãs e água, doados à Assistência Social e repassados a quem ficou dormindo no Largo do Paissandu, vizinho ao edifício que caiu.

Com G1

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