A aposentada Maria do Socorro Oliveira, 87, decidiu, há quatro anos, ingressar na Educação de Jovens e Adultos (EJA), em uma escola municipal de Fortaleza, para aprender a ler e escrever.
O machismo sofrido por parte do pai e, depois, do próprio companheiro privou a aposentada, durante 83 anos, de ter acesso à alfabetização. “Meu pai… A gente tinha era que trabalhar no roçado e tratando de animal, no interior, pra ajudar ele. Quando vim pra capital, foi pra trabalhar nas casas. Não podia estudar. No dia de me casar, só faltei morrer de vergonha: porque meu marido sabia ler e escrever, e eu fui botar o dedo”, relembra, referindo-se à assinatura por meio de impressão digital. A partir dali, seria o esposo o obstáculo ao letramento.
Liberdade
Aprender a ler e a escrever, então, foi sinônimo de liberdade. Em 2016, dois anos após a morte do marido, Maria do Socorro procurou a Escola Municipal José de Alencar, na periferia da capital cearense, no intuito de ocupar, nas noites de segunda a sexta-feira, uma das carteiras ocupadas pelas próprios filhos, quando pequenos. Era preciso saber juntar as letras e sílabas para compor os capítulos finais da própria história.
G1
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