quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Teatro Santa Ignêz , o maior símbolo cultural de Alagoa Grande


 
Localização: Rua Dom Pedro II, n° 330, Alagoa Grande – PB                                              

Início da Construção: 1902                                              

Término da Construção: 1905                                                

Estilo Arquitetônico: Italiano                                                      

Tombamento pelo IPHAEP: 1979                                          

Ano de Reabertura: 1999                                                    

Proprietário Original: Apolônio Zenaide Montenegro

O Teatro Santa Ignêz é o terceiro mais antigo do estado da Paraíba. O proprietário rural e político Apolônio Zenaide Montenegro foi quem mandou construí-lo. Em estilo italiano e arquitetura interior em pinho de riga, teve sua construção iniciada em 1902 e foi inaugurado em 1905. Ainda em 1905, uma companhia teatral francesa veio ao Brasil para fazer três apresentações exclusivas em Pelotas, São Luís e no Rio de Janeiro e o então senador Apolônio Zenaide, por sua conta própria, trouxe esse grupo até Alagoa Grande.

Em 1966, Agnaldo Marques, juntamente com um grupo de jovens, decide reativar o vetusto Teatro Santa Ignêz, que se encontrava desativado e, praticamente, destruído. Quase três toneladas de lixo e entulhos foram retirados. Foi montado “O Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna e, em seguida, “O Santo e a Porca”, também de Suassuna. Funcionário do Banco do Nordeste do Brasil – BNB, Agnaldo Marques foi transferido. Coincidentemente chega à Comarca de Alagoa Grande, o jovem juiz Amaury Ribeiro de Barros, com sua mulher Cryselide Barros, um dos maiores talentos do teatro brasileiro contemporâneo.

Cryselide se entrosa com o grupo e passa a integrar o elenco que, com sua presença, passa a ter projeção nacional. De início a mencionada atriz arrebata o “Prêmio de Melhor Atriz”, em festival de teatro estadual, realizado em João Pessoa, como protagonista de “A Derradeira Ceia”, de Luiz Marinho. O público de Alagoa Grande passou a ser assíduo ao Teatro Santa Ignêz que, praticamente todo mês, estreava uma peça. Isso porque, quando os veteranos apresentavam um espetáculo, os jovens ensaiavam uma montagem. Importante salientar que ninguém recebia nada. Também não havia patrocínio. Tudo era feito no peito e na raça, mas com idealismo. Com a transferência de Amaury Ribeiro de Barrros para a Comarca de Campina Grande, o movimento teatral de Alagoa Grande entrou em declínio. O velho teatro foi novamente fechado em 1972. Em 1979 foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba – IPHAEP. O telhado chegou a ruir posteriormente. No dia 27 de março de 1999 o Teatro Santa Ignez foi reaberto, completamente restaurado.

O Teatro Santa Ignêz reflete um período de aquecimento econômico decorrente da produção de açúcar, aguardente de cana, rapadura, algodão e agave. A crise econômica inviabilizou a contratação de companhias de teatro que se apresentavam em Alagoa Grande. Um dos prefeitos da cidade propôs a derrubada do Teatro para a construção de uma cocheira para os cavalos que se deslocavam para a feira livre, aos sábados. Tal intento não foi realizado em decorrência de uma campanha realizada pelo saudoso teatrólogo alagoagrandense Waldemar Nazeazeno que denunciou o fato à imprensa, o qual teve grande repercussão. Atualmente o Teatro Santa Ignêz é o maior símbolo cultural de Alagoa Grande. 

Jonas do Nascimento dos Santos

Paraíba Criativa

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