Artigo feito pelo Professor Marciano Dantas de Medeiros.Muito têm-se discutido sobre as mudanças no clima em todo mundo e suas conseqüências para os seres vivos.
A Terra tem cerca de 4,6 bilhões de anos. Durante esse período geológico, a Terra passou por muitas transformações, desde a união dos continentes (Pangéia – toda a Terra), até o domínio de florestas e animais gigantescos e a elevação e resfriamento da temperatura (Era Glacial).
Vários fatores podem contribuir para aumentar ou diminuir a temperatura do planeta, como as mudanças no relevo topográfico, na radiação por efeitos de meteoros e do vulcanismo, a inclinação do eixo de rotação da Terra, dentre outros.
Outro fator que contribui para a mudança no clima, e esse é o que mais nos preocupa, é a ação humana. O homem pode destruir em poucos minutos uma montanha que levou milhões de anos para se formar. Em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, várias serras já foram destruídas por causa da busca por recursos minerais. Isso gerou catástrofes ambientais e problemas para o próprio homem. As áreas destruídas, além de gerar a mudança no sistema dos ventos, provocou a extinção de espécies vegetais e animais, os rios mudaram seus cursos, invadindo cidades e áreas agrícolas, dentre outras.
A queima de combustíveis fosseis, associada a queimadas das florestas, têm contribuído para o aumento do dióxido de carbono (CO²) e do metano (CH4), o que poderá provocar um super aquecimento do planeta. Com o aumento da temperatura, as geleiras encontradas nos pólos e no topo das altas montanhas, tenderão a se derreter rapidamente e, conseqüentemente, haverá uma elevação no nível dos mares, acarretando na inundação de cidades litorâneas. Além disso, regiões frias, como o norte da Europa, podem sofrer com o frio, pois as águas quentes vindas da corrente marinha do Golfo (Golf Stream) poderão deixar de chegar nessa parte do globo, assim como as regiões tropicais, que se tornarão mais quentes devido à diminuição das correntes frias vindas dos pólos.
A destruição das matas, principalmente daquelas localizadas próximas aos rios, provocarão o assoreamento dos mesmos e, conseqüentemente, a inundação das áreas ribeirinhas.
Com o aquecimento global, as secas no Nordeste do Brasil, serão mais freqüentes. Em compensação, poderá ocorrer também, um aumento no índice de chuvas. Só que essas chuvas poderão cair na forma de chuvas torrenciais (chuvas intensas em um curto período de tempo), como a que ocorreu em Patos – PB, no ano passado, onde em um só dia caiu quase 300 milímetros de chuva, e as que ocorreram recentemente em Alagoas e Pernambuco. O que mais nos preocupa, é que as pessoas constroem suas casas cada vez mais próximas aos leitos dos rios, e com essas chuvas os prejuízos serão cada vez maiores.
Outro fator que nos preocupa é que, para tentar amenizar os efeitos das secas, agricultores e o poder público, constroem açudes e barragens nos leitos dos rios e riachos. Muitos desses açudes são construídos sem nenhum acompanhamento técnico, e com as chuvas intensas, muitos deles não suportam a pressão das águas e se rompem, provocando as inundações.
O desmatamento deixa o solo desprotegido do impacto das chuvas, e com isso, mais areia vão para os rios, provocando o seu assoreamento. Com o leito do rio assoreado (aterrado), as águas têm que procurar novos caminhos para correrem, e assim provoca o alagamento de novas áreas.
Nós podemos fazer alguma coisa para que não haja chuvas ou secas intensas? Não, mas podemos diminuir os estragos provocados por esses problemas naturais.
Para diminuir o impacto das enchentes, devemos fazer o reflorestamento das áreas ribeirinhas, a dragagem do leito dos rios, construir açudes ou barragens com o acompanhamento de uma pessoa especializada (engenheiro ou técnico em engenharia), evitar construir casas em áreas de riscos (próximo aos rios ou em encostas dos morros), etc.
Para amenizar o efeito das secas, além das cisternas que o Governo Federal, em parceria com os governos estaduais e municipais estão construindo, a solução mais ideal seria a construção de barragens submersas, que é a barragem construída no subsolo. O Nordeste, é uma área em que as temperaturas diárias são intensas, e essas temperaturas contribuem para que haja uma grande evaporação das águas. Com as barragens submersas, a perda de água para o ambiente seria quase nula, e assim teríamos um melhor aproveitamento das águas das chuvas, além dessas barragens terem um menor custo na sua construção.
O futuro do nosso planeta é incerto, porém, nós podemos fazer com que a nossa geração e a geração futura possa usufruir dessa maravilha que é a natureza.
Marciano Dantas de Medeiros, é licenciado em Geografia pela UFRN e professor da rede privada em Natal – RN.
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