quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Prefeituras pagaram até 360% mais caro por teste rápido da Covid-19

 A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram uma operação na manhã desta quinta-feira (08) contra o desvio de recursos destinados para combater a Covid-19.

Em entrevista coletiva, os investigadores revelaram que um mesmo tipo de teste rápido foi comprado por R$ 115 a unidade por uma das prefeituras investigadas no dia 13 de julho de 2020, e pelo valor de R$ 25 por um órgão federal no dia 15 de julho.

Para efeitos de comparação dos preços, os investigadores se basearam pelo preço da época, para ter um valor real de compra. “É muito dinheiro jogado fora, que a gente vai tentar reaver com esse trabalho”, disse o delegado.

A Controladoria Geral da União estima um desvio de recursos na ordem de R$ 2,9 milhões. Os gastos com os testes chegam a R$ 3,5 milhões, enquanto o material poderia ter sido comercializado por R$ 700 mil.

A Operação 

Os 28 mandados de busca e apreensão são cumpridos em João Pessoa, Santa Rita, Caldas Brandão, Mamanguape, Cuité de Mamanguape, Alhandra, Lagoa de Dentro, Serra da Raiz e Lagoa. A ação foi autorizada pela Justiça Federal.

As investigações têm como objetivo apurar a compra das prefeituras de Caldas Brandão, Mamanguape, Cuité de Mamanguape, Alhandra, Lagoa de Dentro, Serra da Raiz e Lagoa, nos anos de 2020 e 2021, de Kits de testes rápidos para detecção da Covid-19 com sobrepreço potencial, através de procedimentos de dispensas de licitação, em tese fraudados.

Segundo nota técnica elaborada pela Controladoria Geral da União, uma empresa que não era do ramo de insumos médicos até data próxima ao início da pandemia firmou contratos com diversas prefeituras da Paraíba para fornecimento de testes rápidos para detecção da Covid-19 com sobrepreço no valor devido de até 89% do valor contratado, causando prejuízos ao erário de aproximadamente R$ 2.884.860,50. Os recursos para compra desses testes são oriundos do Sistema Único de Saúde- SUS, para o enfrentamento da Covid-19.

A empresa investigada aparece como uma das maiores credoras de municípios paraibanos no ano de 2021 na condição de fornecedora de insumos médicos, embora desempenhasse sua atividade principal em ramo totalmente diverso deste até o início da pandemia.

MaisPB

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